GOVERNO OUVINDO A POPULAÇÃO OU CALCULANDO OS DANOS À IMAGEM?
Após oito anos de promessas não cumpridas, como a construção do HEURO, o governo de Rondônia enfrenta a rejeição popular ao tentar terceirizar a saúde pública.
Em um movimento que parecia ignorar o clamor popular, o governo de Rondônia propôs a terceirização da gestão de unidades públicas de saúde, incluindo o Hospital João Paulo II, por meio de um contrato emergencial estimado em até R$ 500 milhões por ano. A proposta, no entanto, foi suspensa após intensa pressão de profissionais da saúde e da sociedade civil.
O SUMIÇO DO HEURO: O HOSPITAL QUE NUNCA VEIO
Prometido há mais de uma década, o Hospital de Urgência e Emergência de Rondônia (HEURO) teve sua construção cancelada em fevereiro de 2025, após a empresa responsável enfrentar dificuldades para manter a obra em andamento. Como alternativa, o governo anunciou a intenção de adquirir um hospital já em funcionamento, com três unidades privadas manifestando interesse na venda .
A TENTATIVA DE TERCEIRIZAÇÃO E A RESPOSTA POPULAR
Em fevereiro de 2025, o governo iniciou estudos para privatizar o atendimento no Hospital de Base Ary Pinheiro e no Hospital Regional de Guajará-Mirim, por meio de contratos com organizações sociais (OSS). Essas entidades, muitas vezes, são associadas a escândalos e prejuízos aos cofres públicos em todo o país .
A proposta enfrentou forte resistência de entidades representativas da saúde, como o Conselho Regional de Enfermagem de Rondônia (Coren-RO), que se manifestou contra a terceirização, destacando os riscos de precarização do trabalho e da assistência prestada à população .
A SUSPENSÃO DO CONTRATO E OS QUESTIONAMENTOS
Diante da pressão popular e das críticas de profissionais da saúde, o governo suspendeu o processo de terceirização. A Controladoria Geral do Estado instaurou um procedimento interno para apurar as circunstâncias da contratação e determinou a suspensão imediata do contrato até a conclusão das investigações.
A suspensão da terceirização é uma vitória da sociedade civil, que demonstrou que a participação ativa e a fiscalização das ações governamentais são essenciais para garantir a qualidade dos serviços públicos. Resta agora acompanhar os próximos passos e assegurar que a saúde pública em Rondônia seja tratada com a seriedade e o respeito que merece.
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