A Procuradoria-Geral da República (PGR) solicitou ao Supremo Tribunal Federal (STF) a prisão preventiva da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), após a parlamentar anunciar que deixou o Brasil. Zambelli foi condenada pela Primeira Turma do STF a 10 anos de reclusão em regime fechado, além da perda do mandato e pagamento de R$ 2 milhões por danos coletivos, devido à invasão do sistema eletrônico do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e inserção de documentos falsos, incluindo um mandado de prisão contra o ministro Alexandre de Moraes .
Segundo as investigações, Zambelli foi a autora intelectual da invasão, executada pelo hacker Walter Delgatti, que confessou ter agido a mando da deputada .
Em entrevista à CNN Brasil, Zambelli afirmou que está na Itália e que, por possuir cidadania italiana, não pode ser deportada: "Tenho cidadania italiana e não podem me deportar" .
O procurador-geral da República, Paulo Gonet, argumentou que Zambelli deve ser considerada foragida por ter se evadido para outro país e anunciado publicamente sua permanência na Europa, transgredindo a decisão condenatória do STF. Além da prisão preventiva, Gonet solicitou o cancelamento dos passaportes da deputada e sua inclusão na lista de difusão vermelha da Interpol .
A defesa de Zambelli alegou que a deputada deixou o país para realizar tratamento médico, mas não especificou o local. Posteriormente, o advogado Daniel Bialski informou que, por motivos de foro íntimo, deixaria de representar a parlamentar .
O pedido de prisão preventiva está sob análise do ministro Alexandre de Moraes, relator do caso no STF. Caso seja aceito, as autoridades brasileiras deverão encaminhar o pedido para o país onde Zambelli se encontra, cabendo a esse país decidir sobre a execução da ordem de prisão.
Zambelli também responde a outro processo no STF por porte ilegal de arma de fogo e constrangimento ilegal, após perseguir um jornalista armada em São Paulo, na véspera do segundo turno das eleições de 2022 .
A situação de Zambelli levanta questões sobre a aplicação da justiça e a cooperação internacional em casos envolvendo parlamentares condenados. A inclusão na lista da Interpol e a possibilidade de extradição dependerão das decisões das autoridades brasileiras e italianas nos próximos dias.
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