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Sexta-feira, 18 de Julho de 2025
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EX-SECRETÁRIO DENUNCIA DISCRIMINAÇÃO E ABANDONO EM CARTA EMOCIONANTE DA PRISÃO

Em manifesto de seis páginas, Júnior Lopes expõe questionamentos sobre justiça social e relata impacto devastador da prisão preventiva em investigação que apura supostas irregularidades de R$ 13 milhões

EX-SECRETÁRIO DENUNCIA DISCRIMINAÇÃO E ABANDONO EM CARTA EMOCIONANTE DA PRISÃO
Ilustração: Marcio Lu Senna
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Em um testemunho contundente que ecoa pelos corredores do sistema prisional de Rondônia, o ex-secretário da Juventude, Cultura, Esporte e Lazer (Sejucel), Lourival Junior de Araújo Lopes, conhecido como Júnior Lopes, revelou as profundas cicatrizes emocionais e sociais deixadas por sua prisão preventiva. Em carta manuscrita de seis páginas, obtida com exclusividade através de seu advogado de defesa, Samuel Costa, o ex-gestor público expõe uma narrativa que transcende as alegações criminais, tocando em questões sensíveis como discriminação racial, desigualdade social e o peso do julgamento público.

O documento, redigido nas dependências do presídio onde Lopes está detido desde 13 de dezembro, quando foi alvo da primeira fase de uma operação do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), revela muito mais que uma simples defesa contra as acusações de fraude e falsidade ideológica em contratos públicos. Entre suas linhas, emerge o retrato de um homem que se diz devastado não apenas pela perda de liberdade, mas principalmente pela erosão de sua dignidade.

"Estou sofrendo hoje mais do que quando perdi meu pai", declara Lopes em um dos trechos mais emotivos da carta, estabelecendo um paralelo doloroso entre a perda familiar e seu atual momento de provação. O ex-secretário, que construiu uma carreira pública marcada pela ascensão social, encontra-se agora no centro de uma investigação que apura supostas irregularidades em contratos que somam R$ 13 milhões, relacionados principalmente a eventos culturais como a Expovel 2023 e 2024.

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A narrativa de Lopes ganha contornos ainda mais dramáticos quando aborda a questão racial. "Empurraram os pretos, pobres, lutadores e trabalhadores para a prisão, e todo mundo bate palma", escreve ele, em uma crítica direta ao que considera ser um sistema de justiça seletivo. Sua referência irônica aos "brancos dos olhos azuis" evidencia uma percepção amarga sobre as disparidades sociais e raciais que, segundo ele, permeiam o tratamento judicial em casos de corrupção.

O impacto familiar da situação é retratado de maneira particularmente comovente quando Lopes menciona sua filha de seis anos. O momento da despedida, quando a criança questionou o que estava acontecendo com seu pai, é descrito como uma das experiências mais dolorosas de sua vida. "O preço que paguei por ser inocente e honesto foi ter minha filha de 6 anos perguntar o que estavam fazendo com o papai", relata, em um trecho que humaniza as consequências pessoais de investigações criminais.

As autoridades justificam a prisão preventiva de Lopes alegando riscos à investigação, incluindo possível destruição de provas. O Ministério Público de Rondônia (MP-RO) aponta para um esquema sofisticado que envolvia direcionamento de contratos para associações sem capacidade técnica, além de superfaturamento e cobranças indevidas em eventos públicos.

Em resposta às acusações, o governo de Rondônia emitiu nota oficial reafirmando seu compromisso com a transparência e o combate à corrupção. Enquanto isso, a defesa de Lopes, através do advogado Samuel Costa, trabalha para demonstrar o que considera ser um erro de interpretação sobre as ações do ex-secretário durante sua gestão.

A carta de Lopes culmina em uma declaração que mistura desistência e espiritualidade: "Eu desisto de lutar pelo bem, eu desisto de ajudar, desisto de viver." No entanto, ele mantém sua fé como último recurso de força, mesmo enfrentando o que considera ser uma grande injustiça.

O caso continua em desenvolvimento, com Lopes permanecendo em prisão preventiva enquanto as investigações prosseguem. Sua carta, mais que um desabafo, serve como um documento que levanta questões importantes sobre justiça social, preconceito racial e os limites entre acusação e condenação no sistema judicial brasileiro.

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