João Gabriel Vieira do Nascimento, conhecido como “Biel”, apontado como um dos líderes do Comando Vermelho em Rondônia, se entregou à polícia nesta sexta-feira (17), em Porto Velho. A rendição, intermediada pela Comissão de Direitos Humanos da OAB-RO e pela Associação de Mães de Presidiários, é vista por muitos como uma possível manobra das facções para desviar a atenção das forças de segurança, o que aumentou a desconfiança entre a população.
UM TEATRO PLANEJADO?
Com a prisão de “Biel”, as forças policiais contabilizam 15 capturados desde o início da operação contra o Comando Vermelho. Contudo, moradores de Porto Velho, levantam suspeitas sobre a real relevância desses presos dentro da hierarquia da facção. Para muitos, essas rendições não passam de uma estratégia articulada para criar uma “cortina de fumaça”, protegendo os verdadeiros líderes e dando tempo para que o grupo criminoso se reorganize.
"Essas entregas podem ser parte de uma encenação. Entregar membros de médio ou baixo escalão é uma tática clássica para desviar a atenção e simular colaboração".
A percepção popular é clara. “Ninguém acredita que esses são os líderes de verdade. Parece mais um teatro para desviar a atenção enquanto os chefes continuam no comando”, declarou um morador de Porto Velho, que preferiu não se identificar.
POSICIONAMENTO DA OAB
Em meio à desconfiança, a Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Rondônia se posicionou sobre as rendições e elogiou o trabalho das forças de segurança:
"A OAB RO parabeniza as forças de segurança pelo dedicado trabalho em prol da segurança pública em nossa cidade e reitera seu absoluto repúdio a qualquer forma de violência que possa perturbar a paz e a harmonia social."
A instituição também esclareceu o papel desempenhado nas negociações:
"Fomos contatados por uma associação de moradores do bairro Orgulho do Madeira, que solicitou nossa intermediação para a rendição de indivíduos supostamente envolvidos em organização criminosa. Prontamente, buscamos as autoridades de segurança pública para colaborar ativamente na manutenção da ordem pública. Reafirmamos nosso compromisso inabalável com o Estado Democrático de Direito."
AÇÕES POLICIAIS E DESAFIOS
Apesar das prisões, sete suspeitos de maior relevância dentro da facção permanecem foragidos, incluindo uma mulher. A Polícia Civil segue investigando, enquanto a inteligência tenta confirmar a real posição dos presos na organização criminosa.
O crescente questionamento sobre a autenticidade dessas rendições também coloca em foco a estratégia das forças de segurança. “Se for mesmo uma cortina de fumaça, a polícia precisa redobrar os esforços para identificar os verdadeiros líderes e acabar com o comando dessas operações criminosas”.
MEDO E DESCONFIANÇA POPULAR
Para a população, a sensação de insegurança persiste, alimentada pela desconfiança de que essas rendições são apenas parte de um jogo bem orquestrado pelas facções. Se esses líderes fossem realmente importantes, eles não estariam se entregando tão facilmente”, afirmou outro morador.
A OAB, por sua vez, reforçou seu compromisso com a justiça:
"Continuaremos a acompanhar atentamente os desdobramentos desses eventos e a contribuir, dentro das nossas competências, para a promoção da justiça e da segurança da população de Rondônia."
CONCLUSÃO
Enquanto as operações continuam, a sociedade aguarda respostas concretas sobre o impacto real das prisões realizadas. A luta contra o crime organizado exige transparência, estratégias inteligentes e a união entre forças de segurança e instituições, para que a paz e a ordem sejam efetivamente restauradas.
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