O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), principal indicador da inflação no Brasil, revelou nesta sexta-feira (8/11) que os preços subiram 0,56% em outubro, levando a taxa acumulada em 12 meses a 4,76% — rompendo o teto da meta de 4,5% para 2024. O resultado, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), destaca o peso das despesas com energia elétrica e alimentos, que dispararam e afetaram diretamente o orçamento das famílias.
Energia e Alimentos: Os Principais Vilões
A pressão inflacionária veio principalmente das contas de luz, que aumentaram 4,74% em outubro, contribuindo sozinhas com 0,20 ponto percentual no índice geral. Essa alta se deve à adoção da bandeira tarifária vermelha, que adicionou custos extras às contas de energia. A alimentação, outro peso significativo, subiu 1,06%, puxada pelo aumento de 5,81% nos preços das carnes — o maior salto mensal do produto desde novembro de 2020.
Além das carnes, outros alimentos essenciais registraram aumentos expressivos, como o tomate (9,82%) e o café moído (4,01%). Essa combinação de altas impacta diretamente a alimentação no domicílio, que acelerou de 0,56% em setembro para 1,22% em outubro.
Outros Itens Essenciais Também Pesam
Outras áreas de despesa também registraram alta, como o grupo Habitação, que aumentou 1,49%, impulsionado pelos custos com eletricidade, gás de cozinha e serviços de manutenção doméstica. Já o grupo Despesas Pessoais subiu 0,70%, refletindo principalmente o aumento nos serviços de beleza e recreação.
Transportes e Combustíveis Amenizam Pressão
O setor de Transportes foi o único a apresentar uma queda, de -0,38%, em grande parte devido à redução no preço das passagens aéreas (-11,50%) e à diminuição nos preços de combustíveis, como gasolina (-0,13%) e etanol (-0,56%). Essa queda, embora tenha ajudado a segurar o índice geral, ainda não foi suficiente para contrabalançar a alta expressiva em outros setores.
Previsões e Expectativas
Analistas do mercado financeiro esperavam uma inflação de 0,53% em outubro, ligeiramente abaixo do que foi registrado. Com essa surpresa, economistas já revisam as projeções de inflação para o final do ano, que devem ficar acima da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) de 3% — com um teto permitido de até 4,5%.
A expectativa do mercado financeiro, conforme levantamento mais recente do Banco Central, aponta para uma inflação que deve fechar o ano próximo de 4,59%, superando a meta e preocupando consumidores e investidores.
O Que Esperar Para o Próximo Mês
O IBGE divulga o próximo resultado do IPCA em 10 de dezembro, que revelará o impacto da inflação no mês de novembro. Com o fim do ano se aproximando, o controle inflacionário é uma prioridade, e especialistas alertam para a necessidade de monitorar o cenário econômico para evitar uma pressão ainda maior sobre as famílias brasileiras.
A alta da inflação, especialmente nos setores de energia e alimentação, preocupa economistas e consumidores, que acompanham atentos cada nova divulgação do índice e torcem por uma desaceleração que traga alívio ao bolso.
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