Em uma ação que expõe as entranhas da corrupção no sistema penitenciário, a Polícia Civil de Rondônia deflagrou, na manhã desta sexta-feira (20), a Operação Manus Polluta. A ação cumpriu mandados de busca e apreensão e determinou o afastamento de um policial penal investigado por alugar aparelhos celulares a presos ligados a facções criminosas. O esquema, descoberto após meses de investigação, permitia que os detentos mantivessem comunicação com o mundo externo, favorecendo suas atividades ilícitas.

O ESCÂNDALO QUE ABALOU A SEGURANÇA EM VILHENA

De acordo com as investigações, o policial penal identificado como P.R.T.J. cobrava valores pelos celulares durante seus plantões. Para evitar suspeitas, ele chegava a disponibilizar o próprio aparelho aos detentos. A prática comprometeu gravemente a segurança do sistema prisional, permitindo que presos coordenassem ações criminosas mesmo estando atrás das grades.

A operação é um desdobramento de investigações iniciadas em outubro deste ano, que já haviam desmantelado estruturas de facções criminosas na região. Até agora, mais de 40 membros dessas organizações foram identificados e presos. O esquema do policial penal surgiu como uma peça-chave no quebra-cabeça, revelando uma rede de facilitação interna que dava suporte às atividades dos grupos.

"MANUS POLLUTA": O SIGNIFICADO POR TRÁS DO NOME

O nome da operação, Manus Polluta, significa "mãos sujas" em latim e reflete a postura intransigente da segurança pública frente à corrupção dentro de suas próprias fileiras. "Esse tipo de conduta mancha a imagem de uma instituição composta por profissionais dedicados e comprometidos com a segurança da sociedade", declarou o delegado regional da Polícia Civil de Vilhena.

UMA SITUAÇÃO ISOLADA, MAS GRAVE

As autoridades destacaram que o caso de P.R.T.J. é um episódio isolado e não reflete a conduta da maioria dos policiais penais, que enfrentam condições adversas no exercício de suas funções. "É lamentável que um agente público se desvie de sua missão, mas isso não abalará nosso compromisso de manter a integridade do sistema", afirmou o delegado.

A Polícia Civil enfatizou que ações como essa são essenciais para preservar a credibilidade das instituições públicas e combater a influência do crime organizado. Além disso, reforçou o trabalho conjunto entre as forças de segurança no enfrentamento à corrupção.

O COMBATE À CRIMINALIDADE SEGUE FIRME

A Operação Manus Polluta é mais um marco na luta contra o crime em Rondônia. Ao identificar e punir agentes públicos que se associam a práticas ilícitas, as autoridades buscam enviar uma mensagem clara: não haverá tolerância com desvios de conduta.

O sistema prisional, frequentemente descrito como o "coração" do crime organizado, é um dos focos prioritários da Polícia Civil. Ao cortar as conexões entre presos e o mundo externo, as autoridades esperam enfraquecer a estrutura das facções criminosas que atuam na região.

DENÚNCIAS E PARTICIPAÇÃO DA SOCIEDADE

A Polícia Civil também aproveitou a ocasião para reforçar a importância da colaboração da sociedade no combate à corrupção e ao crime organizado. "As denúncias anônimas são fundamentais para que possamos agir de maneira assertiva", destacou um dos investigadores envolvidos na operação.

Os canais de denúncia, como o 197, garantem sigilo absoluto e têm se mostrado ferramentas eficazes para desarticular esquemas criminosos em Rondônia.

UMA MENSAGEM DE ESPERANÇA E COMPROMISSO

Embora o caso tenha causado grande repercussão, ele também evidencia a eficácia das investigações e o compromisso da Polícia Civil em expurgar atos de corrupção. "A integridade das nossas instituições é inegociável", concluiu o delegado regional.

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