Em um caso que abala a confiança em trabalhos voluntários, um homem que se apresentava como evangelizador foi condenado a mais de 11 anos de prisão após uma investigação revelar seus verdadeiros propósitos dentro do Centro Socioeducativo de Ariquemes (Cesea).
Por trás da fachada de apoio espiritual que manteve por mais de uma década, escondia-se um esquema perturbador de exploração sexual, tráfico de drogas e planos de fuga que colocaram em risco toda a segurança da instituição.
O PLANO PERFEITO DESMASCARADO: DA ORAÇÃO AO ABUSO
O Ministério Público de Rondônia descobriu que, entre maio e junho de 2024, o falso mentor espiritual aproveitava os momentos de suposto apoio religioso para se aproximar dos adolescentes internados. Com uma estratégia calculada, iniciava conversas com conteúdo sexual e, posteriormente, cometia abusos — chegando ao ponto de usar o momento de orações próximo às celas como disfarce para suas ações criminosas.
Uma das vítimas relatou ter sido abusada pelo menos duas vezes, enquanto outros internos confirmaram os fatos quando ouvidos separadamente pela equipe técnica do Cesea.
TROCAS PERIGOSAS: O PREÇO DA EXPLORAÇÃO
Não satisfeito com os abusos, o condenado estabeleceu um sistema de trocas ilícitas dentro da instituição. Oferecia drogas e ferramentas em troca de favores sexuais, introduzindo maconha e até mesmo serras no ambiente controlado — itens que seriam utilizados em uma tentativa de fuga que foi frustrada apenas pela vigilância dos agentes.
Segundo o relatório da unidade, o plano de evasão já estava em andamento quando foi descoberto, com adolescentes flagrados no momento em que tentavam cortar as grades das celas.
JUSTIÇA FEITA: O FIM DE UMA ERA DE ABUSOS
A Justiça determinou uma pena rigorosa: 11 anos, 6 meses e 20 dias de reclusão; 6 meses e 20 dias de detenção; além do pagamento de 365 dias-multa. O regime inicial será o fechado, e a prisão preventiva decretada em 2024 foi mantida.
Este caso serve como um alerta sobre a importância de supervisão e verificação rigorosa de todos aqueles que têm acesso a jovens em situação de vulnerabilidade, mesmo quando se apresentam sob o manto da religião e do voluntariado.

Comentários: