O Brasil em dois anos parece estar em um voo turbulento, sem piloto experiente para traçar uma rota que evite o caos. De um lado, temos Donald Trump, uma figura controversa, mas inegavelmente poderosa no cenário mundial, consolidando-se como o maior líder de direita do planeta. Do outro, o Brasil, liderado por Luiz Inácio Lula da Silva, enfrenta dificuldades para encontrar um rumo que alinhe suas políticas internas e externas, enquanto a economia dá sinais de fraqueza e as tensões geopolíticas aumentam.

Como se não bastasse a pressão de voar sob céus nublados, o Brasil ainda tem que lidar com a "deportação em massa" de imigrantes ilegais brasileiros pelos Estados Unidos, uma das primeiras consequências do endurecimento da política migratória de Trump. Famílias inteiras, que dependiam de remessas enviadas do exterior, agora voltam para um país que parece não saber o que fazer com elas, alimentando crises sociais e econômicas em regiões já fragilizadas.

A rota errada: economia em queda livre

No campo econômico, a falta de habilidade do governo brasileiro para lidar com as mudanças de vento na política global se faz sentir. A aproximação de Lula com regimes de esquerda e sua postura de reforçar alianças com países como China e Rússia já começam a gerar suspeitas por parte dos Estados Unidos. Trump, conhecido por seu protecionismo exacerbado, pode impor tarifas sobre produtos brasileiros como aço, carne e etanol, jogando setores inteiros da economia nacional em queda livre.

Essas exportações são fundamentais para a balança comercial brasileira, e uma diminuição na demanda americana pode resultar em perda de empregos e receitas no país. Enquanto isso, os sinais de investimentos estrangeiros, especialmente vindos dos EUA, parecem estar apagando suas luzes, redirecionando recursos para países com governos mais alinhados às políticas de Trump.

Cabine desorganizada: a falta de estratégia política

Politicamente, o Brasil parece um avião sem radar, perdido em meio a tempestades. A falta de uma postura clara para lidar com a figura de Trump, que poderá retornar ao poder em breve, coloca o Brasil em um limbo diplomático. Lula, que insiste em priorizar o multilateralismo e alianças com nações em desenvolvimento, pode estar colocando o país em uma rota de colisão com importantes parceiros comerciais.

O resultado disso é o isolamento do Brasil em fóruns internacionais, enquanto outros países ocupam o espaço que antes era de destaque para a maior economia da América Latina. E, como se fosse um copiloto distraído, o governo brasileiro parece subestimar o impacto disso em setores essenciais, como segurança, tecnologia e defesa.

O piloto automático das deportações

Um capítulo à parte desse voo instável é a política migratória americana. Trump, em sua cruzada contra a imigração ilegal, intensificou a deportação de brasileiros. Em 2023, mais de 20 mil retornaram ao Brasil, um número alarmante que continua a crescer. Famílias que dependiam das remessas agora se veem sem suporte, voltando a regiões economicamente fragilizadas e sobrecarregando programas sociais que já não atendem às necessidades da população.

Se a política de Lula para lidar com essa crise social parece pouco clara, Trump segue determinado a apertar o botão "deportar", mostrando como o Brasil está vulnerável à força de decisões externas.

A turbulência climática e ambiental

Para completar, até o discurso ambiental de Lula – tão elogiado em outros momentos – pode ser um problema diante de um eventual endurecimento de Trump, que já deixou claro não ter interesse em políticas ambientais. O Brasil, que tenta se posicionar como líder na preservação da Amazônia, pode perder o apoio necessário dos Estados Unidos, caso o governo Lula não saiba negociar com um líder como Trump.

O Brasil pode aterrissar em segurança?

No momento, parece que o Brasil está em um avião sem piloto ou, pior, com um comandante distraído que não consegue lidar com os sistemas complexos de um mundo cada vez mais polarizado. Enquanto Lula parece empenhado em estreitar laços com regimes que estão fora do radar dos interesses americanos, Trump segue com sua política agressiva, mostrando que quem não se adapta às novas condições de voo pode simplesmente ser deixado para trás.

Sem um plano de voo claro, o Brasil corre o risco de enfrentar um pouso forçado. No meio disso tudo, a pergunta permanece: o país será capaz de encontrar um comandante à altura para conduzir a nação a um futuro melhor, ou continuará voando às cegas, em direção a mais crises e perdas? O tempo dirá, mas, por enquanto, o aviso de “aperte os cintos” parece mais atual do que nunca.